O combate ao Coronavírus através do Saneamento Básico

O novo Coronavírus (SARS-CoV-2) causador da COVID-19 tem provocado um enorme impacto socioeconômico no mundo. Possui um poder de difusão extremamente rápido. Em poucos meses, o vírus atingiu praticamente a todos os países. Sua letalidade (4,98 – 5,51%) tem sido associada a pacientes idosos ou a pacientes com comorbidades que afetam o sistema imunológico. Com isso, tem se tornado um motivo de grande atenção, tanto médica, quanto midiática, provocando enorme comoção popular.

Atrelado a maior disseminação da pandemia e a outros inúmeros vírus causadores de doenças, como Cólera, Febre Tifoide, Hepatite A e Leptospirose, está a falta do Saneamento Básico, principalmente no Brasil. Doenças essas que, sem o devido tratamento podem levar à morte.

  • O que é o Saneamento Básico?
  • Por que o Saneamento Básico é importante no combate aos vírus?
  • Conclusão

O que é o Saneamento Básico?

De acordo com a Lei 11.445/07, é possível definir saneamento básico como o: “conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas”.

Estes serviços possibilitam o aumento da qualidade de vida da população, o controle de inúmeras doenças as quais aumentam o número de mortalidade, principalmente infantil, além de auxiliar indiretamente na expansão do turismo e na valorização imobiliária.

Por que o Saneamento Básico é importante no combate aos vírus?

O Saneamento Básico é de suma importância para se combater doenças infecciosas, dentre elas a COVID-19, além da Hepatite A, Giardíase e Amebiase. Garantir o acesso da população ao abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, pode ajudar no combate ao Coronavírus e a outras inúmeras doenças.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as práticas referentes ao combate ao coronavírus, atreladas ao saneamento, estão resumidas da seguinte forma:

A higiene frequente e adequada das mãos é uma das medidas mais importantes que podem ser usadas para prevenir a infecção pelo vírus COVID-19. Profissionais que trabalham com Saneamento Básico devem direcionar esforços para possibilitar a higienização regular das mãos, melhorando as instalações e usando técnicas comprovadas de mudança de comportamento. (OMS, 2020).

Além disso, tais medidas são imprescindíveis para fornecer um atendimento e proteção adequadas aos pacientes e agentes da saúde.

É notório que práticas básicas têm um impacto significativo no combate à COVID-19. Porém, o cenário mundial é assustador. De acordo com a UNICEF, 3 bilhões de pessoas (40% da população) não possuem lavatórios com água e sabão em casa e, 47% das escolas carecem de pias com água e sabão (afetando mais de 900 milhões de crianças).

Já no cenário brasileiro, devido à  expansão dos grandes centros urbanos, e o aumento massivo populacional, além de uma precária infraestrutura das cidades, a evolução do Sistema de Saneamento Básico foi extremamente moroso.

De acordo com Gomes (2019), 42,7% dos esgotos do país são tratados, e apenas 50,3% da população tem acesso à coleta de resíduos. Em um aspecto mais geral, ao se tratar de endemias, uma parcela considerável delas têm sua disseminação devida à falta de água e esgoto tratados, além da falta do manejo correto dos resíduos e rejeitos. Fato esse, demonstra a urgência em investimentos nesse setor.

Conclusão

Pode-se, pois, perceber que é de suma importância um maior investimento em políticas referentes ao saneamento para, assim, diminuirmos o contágio da COVID-19 e de outras endemias, principalmente dentre a população mais carente, a qual não tem acesso aos serviços básicos de água e esgoto tratados, bem como a falta do manejo de resíduos sólidos.

Por Tiago Brettas.

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